Em Espanha, as crianças não costumavam fazer a Primeira Comunhão antes dos doze ou treze anos, costume também seguido em muitos outros países. Foi em virtude de um decreto de São Pio X, em 1910, que essa idade foi reduzida para o momento em que atingiam o uso da razão, por volta dos sete anos de idade.
A data da disposição coincidiu com os preparativos para o Congresso Eucarístico Internacional que se realizaria em Madrid em junho de 1911. Por esta razão, realizou-se um intenso trabalho catequético em todas as paróquias de Espanha, com a ideia de que o maior número possível de crianças viesse receber a Sagrada Eucaristia.
Um religioso escolápio, o Pe. Manuel Laborda, de Nossa Senhora do Carmo – o “Padre Manolé”, como lhe chamavam carinhosa e jovialmente os alunos – encarregou-se da preparação de Josemaria. Quando chegou o tão esperado dia da primeira comunhão, ensinou à criança uma oração que manteve vivo o seu desejo: «Eu quisera, Senhor, receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que vos recebeu a vossa Mãe Santíssima; com o espírito e o fervor dos santos». Uma oração que, a partir de então, passou a recitar com muita frequência.
Fez a primeira comunhão a 23 de abril de 1912, apenas dez anos depois de ter sido crismado. Era a festa de São Jorge, padroeiro de Aragão e da Catalunha, e o dia tradicional para a cerimónia, que teve lugar na igreja do Colégio dos Escolápios. No momento de receber a Sagrada Comunhão, rezou pelos seus pais e irmãs, pedindo a Jesus que lhe concedesse a graça de nunca O perder.
Recordava sempre com fervorosa candura os aniversários dessa data, em que o Senhor, como ela dizia, “quis vir e fazer-se dono do meu coração”.
Ver também:
A comunhão espiritual que S. Josemaria rezava interpretada pelo grupo português “Canticorum”
• A Eucaristia, mistério de amor e de fé.
Momentos especiais da pregação de S. Josemaria sobre a Eucaristia. «Viver a Santa Missa é permanecer em oração contínua; convencer-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus».