Para me nortear pelos ideais do Cristianismo

Eunice Varela vive em Lisboa, é casada, tem 4 filhos, todos casados, e ainda catorze netos. Eunice foi professora no ensino secundário. Actualmente está aposentada e colabora num gabinete de contabilidade em regime de part-time

«O meu marido é cooperador. Entende e admira a Obra e os seus meios de formação, que frequenta com alguma regularidade»

- Como conheceu o Opus Dei?

A primeira vez que li um comentário sobre o Opus Dei foi num artigo duma revista francesa, a Paris Match. Não era um comentário positivo. Apenas fixei que pertenciam ao Opus Dei pessoas de nível intelectual. Eu vinha de um meio em que as pessoas religiosas eram encaradas, implicitamente, como de baixo nível. Agradou-me saber da existência de uma instituição católica integrada por pessoas com instrução. Tive logo a percepção de que devia ser boa.

Mas o meu conhecimento do Opus Dei deu-se, mais tarde, através da minha empregada doméstica. Era uma rapariga do Sátão, uma vila da região de Viseu. Aos domingos ia a umas reuniões de natureza religiosa e eu perguntei se não haveria alguma em que eu me pudesse integrar. Ela deve ter falado do meu empenho e passei a receber convites para “recolecções”. Nessa altura as recolecções eram numa residência universitária, os Álamos. Sem saber do que se tratava, depois de receber vários convites, resolvi ir ver. Ouvi uma meditação orientada pelo Pe Margarido Correia que me encantou. Desde então, estas meditações a que tenho vindo a assistir na Obra não deixaram de me encantar.

- E daí a tornar-se supranumerária, como foi o processo?

A Ester, uma das pessoas mais antigas na Obra em Portugal, viu uma pessoa que não conhecia entre a assistência e amavelmente veio ter comigo. Começou aí uma amizade que me ajudou a conhecer melhor a Obra. Passei a frequentar os meios de formação da Obra, incluindo a direcção espiritual. Passado algum tempo era cooperadora. E um pouco depois pedi a admissão no Opus Dei.

- O que mudou na sua vida?

A minha vida foi enriquecida com a direcção espiritual recebida na Obra. Quer em grupo – círculos, recolecções, retiros, – quer individual com os sacerdotes, sempre disponíveis, e com outras pessoas da Obra, sempre abertas a um acompanhamento pessoal. Este aconselhamento tem-me ajudado a esforçar-me por nortear a minha vida pelos verdadeiros ideais do Cristianismo. A consciência da nossa filiação divina e de que tudo é para bem dos que amam a Deus leva-me a um grande confiança em Deus e, em consequência, a uma grande paz.

Eunice, no dia do seu aniversário, ao lado do marido, rodeados por filhos e netos

Também adquiri, para além da minha querida família natural, uma nova família, constituída por pessoas, algumas maravilhosas, que comungam nos mesmos ideais e procuram vivê-los e transmiti-los. E tenho a alegria de colaborar numa Obra, querida por Deus, inspirada por Deus em finais dos anos vinte do séc. XX. Àcerca dela, o Fundador escrevia já em 1930 quando apenas tinha meia dúzia de seguidores, que se havia de espalhar por todo o mundo, como hoje se percebe que está a acontecer!

- O seu marido, que não pertence à Obra, entende-a? E os filhos? E os netos?

O meu marido é cooperador. Entende e admira a Obra, o seu Fundador, os seus sacerdotes, a sua doutrina, os seus meios de formação que frequenta com alguma regularidade. Os filhos e netos respeitam.

- A Eunice colabora com artigos na imprensa, em jornais regionais. O que a motiva a fazê-lo?

Eu traduzo principalmente artigos saídos na Aceprensa, que é um serviço em língua espanhola, difundido pela Internet para os seus leitores, e é pago. São sempre artigos muito bons e de muita actualidade. Tenho pena que fiquem limitados aos leitores da Aceprensa. Por isso envio algumas traduções para alguns jornais regionais para assim atingirem mais leitores, depois de ter feito um acordo verbal com os seus responsáveis de Madrid, para o divulgar entre pessoas que não têm capacidade financeira para o assinar.

- Considera que o Opus Dei tem uma influência nos meios de comunicação social ou nas esferas económicas da sociedade portuguesa?

Nos meios de comunicação social da capital não tenho notado grande influência. A visão da maioria dos jornalistas no campo da moral e dos costumes parece não se identificar muito com os princípios cristãos. Nas esferas económicas não faço a mínima ideia, uma vez que essa influência depende da actuação e da competência profissional de cada cidadão. Em qualquer caso, a influência do Opus Dei seria sempre e apenas, a de transformar para melhor a vida dos que recebem algum dos meios de formação que faculta abertamente a quem os quiser aproveitar.

- Que ensinamento de S. Josemaria mais a impressiona?

O chamamento universal à santidade. Sempre me pareceu que a religião era para ser vivida de modo coerente e radical.