História e mapa das Jornadas Mundiais da Juventude

As primeiras Jornadas Mundiais da Juventude foram iniciadas por João Paulo II em 1985, em Roma, e desde então têm-se realizado de 2 em 2 ou de 3 em 3 anos em diferentes países. Este mapa mostra os anos, os locais e o Papa que as realizou.

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  • O que é a Jornada Mundial da Juventude?

A JMJ é um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa. É uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento especial de evangelização.

É um convite à construção de um mundo mais justo e solidário, de acordo com os valores propostos pelo Evangelho, fomentando o encontro pessoal com Jesus Cristo.

É um impulso para a fé, esperança e caridade. Embora tenha uma identidade claramente católica, está aberto a todos, tanto aos que estão mais próximos da Igreja como aos que estão mais afastados.


  • Quando começaram as Jornadas Mundiais da Juventude?

No Ano Santo de 1975, Paulo VI convocou a juventude católica em Roma, na sequência da Marcha Internacional da Reconciliação Cristã, realizada entre Assis e Roma.

Em 1984, João Paulo II voltou a convocar os jovens para o “Jubileu Internacional da Juventude”, no Domingo de Ramos, na Praça de S. Pedro, em Roma. A Via-Sacra foi rezada no Coliseu e a Eucaristia foi celebrada na Praça da Catedral de São Pedro. O evento teve um acolhimento extraordinário e, na véspera do Domingo de Ramos, o Papa disse aos jovens: «Que espetáculo tão magnífico o que oferece esta assembleia a partir deste palco. Quem disse que a juventude de hoje já não se interessa pelos valores? Será verdade que já não se pode contar com ela?». Com estas palavras o Papa João Paulo II deu ao mundo um símbolo: uma grande cruz de madeira, que mais tarde ficou conhecida como a "Cruz da Jornada Mundial da Juventude".

Nessa ocasião, reuniram-se em Roma trezentos mil jovens. A boa receção deste encontro encorajou João Paulo II, o "Papa dos jovens", a instituir a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).


1986: Roma, Itália
Lema: «Confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça» (1Pe 3, 15).

    A primeira JMJ convocada de modo oficial teve lugar no Domingo de Ramos de 1986, em Roma. A partir de então, regra geral, de dois em dois anos, é organizada num determinado local do mundo escolhido pelo Papa e, nos anos restantes, em cada Domingos de Ramos, em todas as dioceses do mundo. «Em Jesus Cristo, Deus entrou definitivamente na história do homem. Vós jovens, deveis encontrá-l'O primeiro. Deveis encontrá-l'O constantemente. A Jornada Mundial da Juventude significa precisamente isto: sair ao encontro de Deus, que entrou na história do Homem através do Mistério Pascal de Jesus Cristo», disse naquele Domingo de Ramos, 23 de março de 1986.

    1987: Buenos Aires, Argentina
    Lema: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos n’Ele» (1Jo 4, 16).
    Hino: Un nuevo sol.

      A JMJ começou a viajar, com Buenos Aires no papel de anfitriã da primeira Jornada Mundial da Juventude a realizar-se fora de Roma. O ato central foi realizado em frente ao Obelisco de Buenos Aires, no Domingo de Ramos. Foi a primeira vez que um Papa celebrou esta Festa fora do Vaticano. Cerca de 900 mil peregrinos reuniram-se com S. João Paulo II, que baseou o seu discurso em 21 questões colocadas por jovens.«Comprometam a vossa energia juvenil na construção da civilização do amor», sublinhou o Papa.

      1989: Santiago de Compostela, Espanha
      Lema: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6).
      Hino: Somos los jóvenes del 2000.

        Em agosto de 1989, cerca de três meses antes da queda do Muro de Berlim, 600 mil jovens rezaram pela paz, em Santiago de Compostela.A capital galega, onde está sepultado o Apóstolo S. Tiago, foi o palco da segunda JMJ fora de Itália. Muitos jovens peregrinos, para além de passarem esses dias a partilhar a sua fé uns com os outros e com o Papa, aproveitaram a oportunidade para percorrer o Caminho de Santiago antes de participarem nas JMJ, chegando a pé. «Descobrir Cristo sempre de novo e sempre melhor é a aventura mais maravilhosa da nossa vida», disse o Papa aos jovens, referindo também o testemunho de fé de S. Tiago e reforçando o papel do Caminho de Santiago como «caminho de conversão e testemunho de fé». Nesta edição da JMJ, o Papa percorreu a pé a última parte do caminho até à Catedral de Santiago. Caminhou apoiado num cajado como tantos peregrinos.

        1991: Częstochowa, Polónia
        Lema: «Recebestes um Espírito que faz de vós filhos adotivos» (Rm 8, 15).
        Hino: Abba Ojcze.

          Em Częstochowa, foi a primeira vez que mais de um milhão de jovens se reuniram. A escolha do local teve um significado muito especial: além de ser na Polónia, país do Papa João Paulo II, existe nesta cidade um santuário de Nossa Senhora, do qual ele era muito devoto. Com uma numerosa participação de jovens da Europa Oriental, foi também um momento de especial alegria, pois o Muro de Berlim, uma das grandes lutas de João Paulo II, tinha acabado de cair. «Depois do longo período de fronteiras praticamente insuperáveis, a Igreja na Europa pode finalmente respirar com os dois pulmões», constatou o Papa polaco. O hino desta JMJ – Abba Ojcze – tornou-se uma canção popular para várias gerações.

          1993: Denver, Estados Unidos da América
          Lema: «Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância» (Jo 10, 10).
          Hino: We are one Body.

            A JMJ atravessou novamente o oceano, desta vez para a América do Norte. O evento foi o maior da história do Colorado e, no ano seguinte, a cidade foi nomeada Centro para a Nova Evangelização nos Estados Unidos e foram abertos dois seminários que estavam fechados há anos. Foi nas ruas da cidade de Denver que se realizou a primeira Via Sacra da JMJ, uma celebração que, desde então, tem integrado o programa oficial. O Papa João Paulo II disse que estas Jornadas eram uma “celebração da vida” e deixou um apelo: «A Igreja precisa da vossa energia, do vosso entusiasmo e dos vossos ideais jovens para fazer com que o Evangelho da vida penetre o tecido da sociedade, transformando o coração das pessoas e das estruturas da sociedade, para criar uma civilização de justiça e amor verdadeiros».

            1995: Manila, Filipinas
            Lema: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21).
            Hino: Tell the World of His love.

            As Filipinas são um dos países com maior percentagem de cristãos do mundo. Em Manila, foram batidos todos os recordes de participação na JMJ, com a presença de mais de quatro milhões de jovens, muitos dos quais provenientes de contextos sociais marcados pela pobreza e pela desigualdade. Este evento já estava totalmente consolidado menos de 10 anos após o seu início. De acordo com as estimativas dos organizadores, a Eucaristia de encerramento contou com a presença de mais de cinco milhões de pessoas, o segundo maior evento com um Papa em toda a história. «Esta é a mensagem que deveis proclamar ao mundo moderno: sobretudo aos mais desamparados, aos que não têm casa, aos marginalizados, aos doentes, aos abandonados, aos que sofrem às mãos de outros. A cada um deveis dizer: olha para Jesus Cristo para veres o que realmente és aos olhos de Deus», afirmou o Papa.

            1997: Paris, França
            Lema: «Mestre, onde moras? Vinde e vereis» (Jo 1, 38-39).
            Hino : Maître et Seigneur, venu chez nous.

            Durante a JMJ de Paris, mais de meio milhão de jovens encheram as ruas da capital francesa de alegria e fraternidade. Foi a primeira vez que se adotou o formato atual da Jornada da Juventude: uma peregrinação de uma semana com celebrações ou diferentes atos e eventos, em vez de um único fim de semana ou dia, como acontecia até então. No fim da homilia da Missa de envio, no hipódromo de Longschamp, João Paulo II deixou um convite: «Caros jovens, o vosso caminho não se detém aqui. O tempo não para hoje. Ide pelas estradas do mundo, pelos caminhos da humanidade, permanecendo unidos na Igreja de Cristo!».

            2000: Roma, Itália
            Lema: «E o Verbo fez-Se homem e veio habitar connosco» (Jo 1, 14)
            Hino: Emmanuel

            Neste caso, decidiu-se deixar três anos entre a anterior edição e esta, uma vez que o ano 2000 foi declarado ano jubilar, devido à passagem do milénio. Esta ocasião foi, portanto, o Jubileu dos jovens. Quase 15 anos depois da primeira JMJ em Roma, o encontro voltou ao ponto de partida, em 1986, e dois milhões de jovens não quiseram perder a ocasião e ouviram João Paulo II falar sobre o amor de Deus: «Sim, queridos amigos, Cristo ama-nos, ama-nos sempre! Ama-nos mesmo quando O desiludimos, quando não correspondemos às suas expetativas a nosso respeito. Jamais nos fecha os braços da sua misericórdia». Emmanuel, o hino da JMJ do ano 2000, tornou-se um dos mais populares de sempre. Foi também na JMJ de Roma que o Papa João Paulo II introduziu o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que permaneceu junto ao altar, em Tor Vergata, onde decorreu a vigília e a Missa. Este ícone tornou-se um dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a par da Cruz.

            2002: Toronto, Canadá
            Lema: «Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo» (Mt 5, 13.14).
            Hino: Light of the world.

            Alguns dos participantes no evento deste ano contam que, durante a noite da vigília com o Papa, começou uma forte chuva às seis horas da manhã. O local onde se encontravam os peregrinos transformou-se numa grande enxurrada e, quando João Paulo II saiu, disse aos presentes a célebre frase «sede fortes, não tenhais medo», e imediatamente o sol apareceu e a chuva cessou. Estas Jornadas ocorreram numa altura em que todos tinham na memória os atentados do 11 de setembro, que tinham acontecido há menos de um ano. Alguns meses depois, a Cruz da JMJ viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas, levando esperança e ânimo aos habitantes da cidade. Começaram os preparativos para que a próxima convocatória se realizasse na Alemanha.


            2005: Colonia, Alemanha
            Lema: «Viemos adorá-l’O» (Mt 2, 2).
            Hino: Venimus adorare eum.

            Esta JMJ foi a primeira sem João Paulo II, o Papa que as tinha iniciado e promovido durante 20 anos. Bento XVI presidiu este ano a partir do seu próprio país, a Alemanha, e mais concretamente numa cidade onde estão sepultados os Reis Magos. É por isso que a celebração de 2005 girou em torno da adoração eucarística, seguindo o exemplo da adoração dos reis do Oriente. O Santo Padre foi recebido nas margens do rio Reno por uma multidão de jovens – chegou de barco, uma imagem que muitos associaram de imediato à Barca de Pedro. «Cristo de nada vos priva do que tendes em vós de belo e de grande», disse o Papa. Na Missa de envio, em Marienfeld, cerca de 1 milhão de peregrinos ouviram o Papa proclamar que «a hora de Jesus é a hora em que o amor vence». Foi também por iniciativa de Bento XVI que a vigília da JMJ passou a contemplar um tempo de adoração ao Santíssimo Sacramento.

            2008: Sidney, Austrália
            Lema: «Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas» (At 1, 8).
            Hino: Receive the Power.

            Esta edição foi a primeira a ser realizada na Oceânia e a segunda no hemisfério sul, depois de Buenos Aires em 1987. Começou formalmente quando a cruz da JMJ chegou à Austrália, em julho de 2007, e percorreu as 12 dioceses do país até agosto de 2008, quando Bento XVI aterrou em Sydney. Cerca de meio milhão de peregrinos de mais de 200 países e mais de 600 bispos de todo o mundo participaram na vigília e na Missa de envio. Em Sydney, o Papa Bento XVI crismou 24 jovens, convidando todos os participantes a testemunharem a fé. «Para aqueles que receberam este dom, nada mais pode ser como antes. Ser “batizados” no Espírito significa ser incendiados pelo amor de Deus. “Beber” do Espírito significa ser refrescado pela beleza do plano de Deus sobre nós e o mundo, e tornar-se por sua vez uma fonte de frescura para os outros», frisou. Foi também nesta edição, na Austrália, que a JMJ passou a estar presente nas redes sociais.

            2011: Madrid, Espanha
            Lema: «Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (Cl 2, 7).
            Hino: Firmes en la Fe.

            A história de Toronto repetiu-se, e os peregrinos tiveram de enfrentar uma forte tempestade de chuva e vento durante a Vigília, que quase provocou a suspensão do encontro. A chuva intensa não demoveu a multidão de jovens reunida no aeródromo de Cuatro Vientos. Esta noite entrou para a história como o maior acontecimento religioso jamais realizado em Espanha, com a participação de mais de um milhão de pessoas. Na manhã seguinte, os participantes que ali tinham pernoitado ouviram Bento XVI afirmar que «a fé não se limita a proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma relação pessoal com Ele». Foi a última JMJ de Bento XVI antes da sua renúncia. Entre os patronos encontravam-se santos famosos da história espanhola: Sto. Inácio de Loyola, Sta. Teresa de Jesus e S. João de Ávila


            2013: Rio de Janeiro, Brasil
            Lema: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações» (Mt 28, 19).
            Hino: Esperança do Amanhecer.

            Rio de Janeiro foi a primeira viagem do Papa Francisco depois de ter sido eleito pontífice apenas cinco meses antes. Foi nesta ocasião que proferiu as suas conhecidas palavras aos jovens de todo o mundo: «espero que façam barulho», encorajando-os a dar testemunho da sua fé em todo o lado e a envolverem-se nos problemas do seu tempo. Foi também a primeira vez que uma JMJ foi celebrada com dois papas vivos, um fisicamente presente no local e o outro acompanhando com a oração. Foi a segunda mais numerosa da história, depois de Manila, com mais de três milhões e meio de participantes, maioritariamente provenientes do continente americano. Na praia de Copacabana, num ambiente de festa e oração, o Santo Padre sublinhou que «o Evangelho é para todos, e não apenas para alguns» e pediu aos jovens que fossem «protagonistas da mudança». No final da celebração, muitos jovens ajudaram a recolher o lixo do areal.

            2016: Cracóvia, Polónia
            Lema: «Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia» (Mt 5, 7).
            Hino: Błogosławieni miłosierni.

            A Polónia, país natal de João Paulo II, voltou a acolher este grande encontro internacional, 25 anos depois da edição de 1991, em Częstochowa. Segundo os organizadores, estiveram presentes cerca de três milhões de jovens nesta JMJ que teve S. João Paulo II e Sta. Faustina como santos patronos. Na vigília de oração, no Campus Misericordiæ, o Papa Francisco voltou a pedir aos jovens para não se acomodarem. «Queridos jovens, não viemos ao mundo para "vegetar", para transcorrer comodamente os dias, para fazer da vida um sofá que nos adormeça; pelo contrário, viemos com outra finalidade, para deixar uma marca». Francisco visitou o santuário da Divina Misericórdia e a capela onde repousa Sta. Faustina, assim como os campos de concentração nazis de Auschwitz e Birkenau, onde permaneceu, durante alguns minutos, em silêncio e oração.

            2019: Cidade do Panamá, Panamá
            Lema: «Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).
            Hino: Hágase en mi según tu palabra.

            Este pequeno país da América Central abriu os braços para acolher milhões de peregrinos que vieram celebrar o encontro dos jovens com o Papa. Na vigília com os jovens, o Papa Francisco apresentou a Virgem Maria como «a maior influencer da história». «Maria, a ‘influencer’ de Deus. Com poucas palavras, soube dizer ‘sim’, confiando no amor e nas promessas de Deus, única força capaz de fazer novas todas as coisas», disse o Santo Padre que, durante a celebração, utilizou uma custódia feita com fragmentos de bala, uma alusão à violência na América Latina. O Papa almoçou com 10 peregrinos dos cinco continentes, representando todos os participantes. Pela primeira vez, a JMJ contou com a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

            2023: Lisboa, Portugal
            Lema: «Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39).
            Hino: Há Pressa no Ar.

            Lisboa acolhe a primeira Jornada Mundial da Juventude realizada após a pandemia. De acordo com os organizadores, são esperados cerca de 600 mil peregrinos, embora o número final seja provavelmente superior. Depois de quatro anos sem se encontrarem, os jovens estão ansiosos por voltar a partilhar a alegria da fé.