Braval celebra 25 anos ao serviço da coesão social, do sucesso escolar e da inserção no mercado de trabalho

Nasceu como projeto de solidariedade em 1998 e consolidou-se em 2002, tendo como motivo a canonização de S. Josemaria. O Braval, localizado no bairro de Raval, em Barcelona, promove, desde os seus primórdios, a coesão social, luta contra a marginalização e a exclusão social dos jovens, além de contribuir para integrar os imigrantes na sociedade. Durante estes 25 anos acompanhou 1600 jovens.

25º aniversário de Braval, uma iniciativa social do Opus Dei em Barcelona

“É um sonho. Fazer magia há 25 anos? Não, não se trata de magia. Celebramos os 25 anos de um projeto, fruto da generosidade de muitas pessoas, que promove a coesão entre todos; senão, nunca teria sido possível”, foram as palavras de Josep Masabeu, presidente de Braval, quando por estes dias lhe pediram para fazer uma avaliação do caminho percorrido.

No MACBA, Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, teve lugar a cerimónia principal da celebração do aniversário deste projeto. Consistiu num colóquio com participantes nas atividades do centro, voluntários e seus familiares, moderado pelo diretor do jornal La Vanguardia, Jordi Juan, que valorizou o facto de se falar em notícias positivas “que às vezes são difíceis de encontrar”, e agradeceu o trabalho de Braval por tornar realidade o elevador social.

São muitos os números que o trabalho de Braval apresenta: 1600 participantes dos 8 aos 18 anos, provenientes de 30 países, com 10 línguas e 9 religiões, e 1010 voluntários, entre os quais há universitários, em funções e aposentados, os quais dedicam cerca de 15 mil horas ao trabalho social. A taxa de sucesso escolar é elevada, com zero de absentismo e de abandono, 90% de sucesso na etapa do ensino básico, 220 a ter concluído o secundário, 310 a ter frequentado cursos profissionais, 27 que tiraram um curso superior, 10 ainda a frequentá-lo e 580 participantes estão a trabalhar com contratos.

Os rostos por detrás das estatísticas de Braval

Os participantes da mesa-redonda deram rosto às estatísticas e aos valores de Braval. Marc Andrei chegou a Barcelona vindo das Filipinas, com 11 anos, e entrou logo em contacto com Braval para jogar basquetebol, encorajado por um amigo; hoje em dia é aluno universitário e voluntário.

Na sua intervenção, agradeceu a alguns dos voluntários que o acompanharam durante estes anos, referindo-os pelos nomes e apelidos: “Sem vocês não seria quem sou hoje e gostaria, agora como voluntário, de retribuir o que recebi”.

Lita, também natural das Filipinas, há mais de 40 anos em Barcelona, é mãe de um dos participantes e agradeceu tudo o que Braval tinha transmitido ao seu filho: “valores como o esforço, a generosidade, o respeito e a responsabilidade”.

Pablo Garcia-Mussons, com vinte anos de vivência como voluntário, treinador de basquetebol, também participou no colóquio. “O segredo de Braval é o desporto – disse –. Graças ao desporto, fazemo-los crescer, porque sabem que, se querem jogar, precisam de estudar mais. Em Braval não julgamos pessoas, tentamos torná-las melhores para que atinjam metas mais altas”.

“A riqueza do Raval está na sua gente”, foram as palavras de Albert Batlle, vereador da zona de Ciutat Vella, porque com generosa dedicação, tendo em conta a complexidade de um bairro com elevado índice de imigração e de densidade populacional, trabalham para ajudar os jovens do bairro que vivem em ambientes de famílias em risco de exclusão social. E agradeceu todo o trabalho solidário do projeto de solidariedade.

Mais de 250 pessoas celebraram os 25 anos do Braval no MACBA. Nas primeiras filas, junto dos representantes institucionais e dos políticos, estavam os verdadeiros protagonistas: os jovens, entre os 13 e os 14 anos, jogadores de uma das seis equipas de basquetebol do Braval, que tem também seis equipas de futebol. Elvira Dyangani, diretora do MACBA, ex-jogadora e ex-árbitra de basquetebol, acolheu-os: “estão em vossa casa”.

Uma ajuda desinteressada a todos

No bairro do Raval são muitas as necessidades que têm as famílias e é necessário procurar chegar a todos. Às raparigas também. Disso se encarrega Terral, uma entidade que partilha a sua missão com Braval, proporcionando apoio socioeducativo para promover a coesão social e o voluntariado, inspirados na doutrina social da Igreja Católica.

Ambas as entidades estão abertas a pessoas de todos os credos e seguem os ensinamentos de S. Josemaria Escrivá de Balaguer, fundador do Opus Dei. Não é fácil fazer progressos num ambiente com as características deste bairro. Contudo, com esforço e dando as mãos, é possível.

Em certa ocasião, o Prelado do Opus Dei, Mons. Fernando Ocáriz, recordou na presença de vários representantes de entidades solidárias, que “as obras coletivas mantêm viva a sensibilidade social cristã e são uma expressão civil e pública de misericórdia”. E, nessa mesma sessão recordou umas palavras de S. Josemaria pronunciadas em 1967: “O Opus Dei [deve estar presente] onde há pobreza, onde há falta de trabalho, onde há tristeza, onde há dor, para que a dor seja carregada com alegria, para que a pobreza desapareça, para que não falte trabalho – porque formamos as pessoas para que possam tê-lo –, para que coloquemos Cristo na vida de cada um, na medida em que ele quer, porque gostamos muito da liberdade”.