Que tem Montse Grases para dizer aos jovens do século XXI?

“Montse Grases continua a ser um modelo actual para os jovens em 2017”. Assim declarou o vice-postulador da sua Causa de Canonização, José Carlos Martín de la Hoz, perante cerca de uma centena de pessoas que se juntaram numa das salas do Oratório de Bonaigua (Barcelona) para conhecer melhor a mensagem desta jovem de Barcelona.

Como pode uma rapariga tão nova como Montse ser exemplo de virtudes? De onde tirava uma jovem de 16 anos forças para sofrer com alegria uma doença tão dolorosa como um cancro (sarcoma de Ewing)? Nunca lhe correu nada mal? Como posso imitá-la? Que fazia para aproximar de Jesus os seus amigos? Os numerosos jovens que assistiram à conferência, no passado dia 3 de março, tiveram oportunidade de fazer estas e outras perguntas que surgem quando nos encontramos com uma história de fé viva como a da venerável Montse Grases (Barcelona, 1941-1959). Entre os jovens havia um grupo de amigas de infância de Montse, que ouviam atentas e comovidas.

O vice-postulador da causa de canonização, José Carlos Martín de la Hoz, antes do colóquio, falou sobre como aparece um santo e a vantagem de os santos fazerem parte da vida das pessoas. “Quando se consolida a vida de uma pessoa exemplar, de quem se aprende, então inicia-se a causa de canonização”, explicou. E recordou, também, umas palavras do Papa Francisco sobre a necessidade de reescrever a história da Igreja: chegou a hora da “verdadeira história da Igreja, que é a história dos santos”.

Em todos os processos de santificação há três passos, conforme Martín de la Hoz explicou: “Inquietação por Jesus Cristo, encontrar Jesus e amar Jesus”. “O verdadeiro impacto”, acrescentou, “dá-se de cada vez que faço oração, é aí que se dá o encontro com Jesus”.

Montse Grases questionou-se muito. “O que impressiona nela e nos santos são as perguntas que se fazem na oração e Montse era uma jovem com uma grande ligação a Jesus, através da oração”. Durante a sua exposição, o sacerdote destacou duas ideias: que é importante que as pessoas se façam perguntas e que aprendam a responder-lhes na oração. “O que é bonito em Montse Grases é que perante as perguntas que se lhe apresentavam – a doença, a vocação para o Opus Dei – percebeu que quem a chamava, lhe daria a graça”.

Quando descobriu o que Deus queria dela, Montse Grases escreveu: “Barcelona parece-me diferente”. Martín de la Hoz comentava esta afirmação: “Quando se está apaixonado, veem-se as coisas de um modo diferente, quando estamos apaixonados por Deus vemos o mundo de maneira diferente”.

No início da sessão foram projectados dois pequenos vídeos de jovens que explicaram como vivem a sua fé aos 20 anos.