Procurar soluções para curar doenças nos países mais pobres

A Universidade de Navarra impulsionou o Instituto de Saúde Tropical, um centro onde serão investigadas doenças de países em desenvolvimento, em colaboração com equipas de especialistas e universidades de 17 países.

O Instituto de Saúde Tropical da Universidade de Navarra , promovido, tal como o cima o CIMA, através da Fundação para a Investigação Médica Aplicada, pretende encontrar soluções para problemas que afetam os países mais pobres, especialmente, mulheres e crianças. Estas doenças estão presentes em cerca de 150 países, afetam mais de 1.000 milhões de pessoas em África, na América latina e na Ásia, pelo que provocam grande impacto sócio-sanitário.

Matías Jurado, Gestor do Instituto de Saúde Tropical; Francisco Errasti Goneaga, Director Geral da FIMA; Paul Alain Nguewa, Diretor do Instituto de Saúde Tropical e Javier Amo Fernández de Ávila, Conselheiro Delegado de Alpha Plus.

O Instituto de Saúde Tropical é formado por 3 unidades de investigação centradas no estudo de doenças parasitárias, bacterianas e víricas. Aborda, inicialmente, 3 patologias, a doença de Chagas, a brucelose e a leishmaniose. “Promove uma investigação científica orientada para melhorar a prevenção e controlo, o diagnóstico e tratamento destas doenças, com a finalidade de contribuir para a sua erradicação. O objetivo é ajudar os países em desenvolvimento a participar no estudo destas doenças, fomentar a formação dos seus cientistas e agentes de saúde e transferir conhecimentos tecnológicos. Atualmente, o grupo de trabalho colabora com 20 centros de investigação e universidades de 15 países”, explica o Dr. Paul Nguewa, diretor do centro. Prevê-se que a equipa de cientistas que trabalham nestas pandemias conte com mais 50 profissionais, entre investigadores e técnicos.

Equipa da Doença de Chagas

O novo centro nasce da experiência da Universidade de Navarra que, através das faculdades de Ciências , Farmácia , Medicina e Enfermagem , do CIMA, do Centro de Investigação em Farmacobiologia Aplicada (CIFA) e da Clínica Universidade de Navarra , investiga desde há décadas algumas das chamadas “doenças esquecidas”.

Primeiras iniciativas solidárias

Francisco Errasti, diretor da Fundação para a Investigação Médica Aplicada (FIMA) e o Dr. Paul A. Nguewa e Matías Jurado, diretor e gestor do Instituto de Saúde Tropical, respetivamente, expuseram os objetivos do instituto e as primeiras ações realizadas, entre as quais um acordo de colaboração com Alpha Plus e outro com a Vodafone.

Equipa do Instituto de Saúde Tropical

"Todos podemos colaborar com a investigação biomédica", assegura Francisco Errasti, diretor geral do CIMA e membro da junta diretiva do Instituto de Saúde Tropical. Esta entidade assinou um acordo de colaboração com a gestora de fundos Alpha Plus pelo qual se faz a doação de metade da comissão de gestão do plano de pensões AP Horizonte para financiar a investigação de doenças do Terceiro Mundo. A transferência para este fundo de pensões é gratuita e mantêm-se as mesmas vantagens fiscais, ao mesmo tempo que se contribui para este projeto sem quaisquer custos ou esforço. Além disso, os clientes da Vodafone podem também colaborar enviando um SMS com a palavra CIMA para o número 28052. O custo (1,2€) da mensagem será doado integralmente ao projeto.

50 profissionais para três unidades de investigação

Equipa do Laboratório de Vacinas

O Instituto de Saúde Tropical terá mais de 50 profissionais e terá três unidades de investigação em cinco laboratórios. Mais de mil milhões de pessoas sofrem de uma ou de várias doenças tropicais:

1) Doença de Chagas.

Afeta 10 milhões de pessoas. Transmite-se a humanos pela picada de um inseto (chinches do género Triatoma). Só existe tratamento para a fase aguda e com fármacos tóxicos e mal tolerados. Provoca, na fase crónica, danos no coração, esqueleto e pode conduzir a uma falha cardíaca.

2) Brucelose (Febre de Malta).

80% da população está em risco de contrair esta doença infecciosa por contacto com animais domésticos infetados. Por isso, é imprescindível o controlo animal. Causa febre, artrite, debilidade geral, etc.

3) Leishmaniose.

Todos os anos são diagnosticados 2 milhões de casos. São doenças provocadas por parasitas e transmitem-se através da picada de flebotomo (pequeno mosquito). Há poucos fármacos e tóxicos. Pode afetar o fígado e o baço.