Montse: um exemplo para a gente nova

Para o próximo Sínodo dos Bispos sobre " Os jovens, a fé e o discernimento Vocacional", a Venerável Montse Grases é destacada no site www.synod2018.va como exemplo de entrega pessoal e fecunda a Deus.

O Papa anunciou em 13 de janeiro de 2017, na sua carta aos jovens, que em outubro de 2018 o Sínodo dos Bispos se reunirá para estudar o assunto "Jovens, fé e discernimento vocacional".

Recordou aos jovens as palavras de Deus a Abraão: “Vêm-me à mente as palavras que Deus dirigiu a Abraão: «Sai da tua terra, deixa a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te mostrar!» (Gn 12, 1). Hoje estas palavras são dirigidas também a vós: são palavras de um Pai que vos convida a «sair», a fim de vos lançardes em direção a um futuro desconhecido, mas portador de realizações seguras, ao encontro do qual Ele mesmo vos acompanha. Convido-vos a ouvir a voz de Deus, que ressoa nos vossos corações através do sopro do Espírito Santo", disse o Papa.

Como o próximo Sínodo está focado na juventude do mundo atual, o site oficial do Sínodo dá exemplos de jovens que se entregaram a Deus, sem medo, e O seguiram. São testemunhas do esforço por viver plenamente a chamada à santidade, que todos os cristãos receberam através do batismo.

Algumas dessas testemunhas são jovens canonizados, como Santa Maria Goretti, que morreu mártir para defender a sua pureza, Santa Teresa de Lisieux, cuja biografia espiritual ajudou muitos jovens a viver mais perto de Cristo, Santa Kateri Tekawitha, uma nativa americana da tribo Mohawk que, até à sua morte aos 24 anos, foi um exemplo de fé vivida num ambiente maioritariamente pagão, S. Pedro Calungsod, patrono dos catequistas e S. José Sánchez del Río, que morreu mártir aos 14 anos.

Outras testemunhas propostas pelo site do Sínodo são pessoas cuja Causa de canonização está ainda a decorrer. Há também testemunhos de jovens que ainda vivem, como Jade Banks, uma jovem de 20 anos que se tornou carmelita em novembro passado.

Como um exemplo de santidade na vida comum, é destacada a vida de Montse Grases (1941-1959), uma jovem estudante de Barcelona e fiel do Opus Dei. Foi uma rapariga como as da sua idade, que gostava de praticar desporto (especialmente basket e ténis), de música, de danças populares… e de atuar em peças de teatro. Conheceu o Opus Dei nos anos 50 e frequentou regularmente um centro do Opus Dei, onde aprofundou a sua vida interior e de oração. Depois de, durante alguns meses, rezar e descobrir o que Jesus queria dela, decidiu pedir a admissão ao Opus Dei na véspera do Natal de 1957.

A partir desse dia, Montse lutou com toda a energia para encontrar Deus no cumprimento dos seus deveres quotidianos, e para cuidar dos pequenos detalhes, por amor. Alguns meses depois, foi-lhe diagnosticado um cancro, que causou a Montse dores intensas, as quais ela soube aceitar com serenidade e fé. Apesar da doença, nunca perdeu a sua alegria contagiosa, nem a capacidade de fazer amigos. Ajudou a aproximar de Deus muitas das suas amigas. Várias pessoas testemunharam a sua progressiva união com Deus e a maneira como soube transformar o seu sofrimento em oração e apostolado. Uma amiga diz que quando a via rezar, conseguia perceber a proximidade de Montse com Jesus Cristo. Os seus restos mortais veneram-se no Oratório de Santa Maria de Bonaigua, em Barcelona, onde muitas pessoas vão rezar por sua intercessão. Um grande número de favores e graças foram já atribuídos à intercessão de Montse. Em 2016, o Papa Francisco aprovou o decreto que declara que Montse viveu as virtudes em grau heróico, e reconheceu a sua fama de santidade.

Para fazer uma novena por intercessão de Montse, clique na imagem abaixo:

Para preparar o Sínodo, o Santo Padre animou todos os fiéis a rezar pelos frutos desse Encontro. O Papa Francisco apresentou a seguinte oração:

VIGÍLIA DE ORAÇÃO EM PREPARAÇÃO PARA A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

ORAÇÃO DO PAPA FRANCISCO PELOS JOVENS

[Em vista do Sínodo dos Bispos de 2018 sobre o tema:
«Os jovens, a fé e o discernimento vocacional»]

Senhor Jesus, a tua Igreja a caminho do Sínodo dirige o olhar a todos os jovens do mundo. Pedimos-Te que, com coragem, assumam a própria vida, olhem para as realidades mais bonitas e mais profundas e conservem sempre um coração livre.

Acompanhados por guias sábios e generosos, ajuda-os a responder à chamada que Tu diriges a cada um deles, para realizarem o seu projeto de vida e alcançarem a felicidade. Mantém aberto o seu coração aos grandes sonhos, tornando-os atentos ao bem dos irmãos.

Como o Discípulo amado, que também eles permaneçam ao pé da Cruz para acolher a tua Mãe, recebendo-a de Ti como um dom. Sejam testemunhas da Tua Ressurreição e saibam reconhecer-Te vivo ao lado deles, anunciando com alegria que Tu és o Senhor.

Ámen.

Franciscus


(L'Osservatore Romano, ed. em Português, nº 15, de 13 de abril de 2017)

CARTA DO PAPA FRANCISCO
AOS JOVENS, POR OCASIÃO DA APRESENTAÇÃO
DO DOCUMENTO PREPARATÓRIO
PARA A XV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
DO SÍNODO DOS BISPOS

Caríssimos jovens!

É-me grato anunciar-vos que, em outubro de 2018, se celebrará o Sínodo dos Bispos sobre o tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional». Eu quis que vós estivésseis no centro das atenções, porque vos trago no coração. Exatamente hoje é apresentado o Documento preparatório, que confio também a vós como «bússola», ao longo deste caminho.

Vêm à minha mente as palavras que Deus dirigiu a Abraão: «Sai da tua terra, deixa a tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que Eu te mostrar!» (Gn 12, 1). Hoje estas palavras são dirigidas também a vós: são palavras de um Pai que vos convida a «sair», a fim de vos lançardes em direção a um futuro desconhecido, mas portador de realizações seguras, ao encontro do qual Ele mesmo vos acompanha. Convido-vos a ouvir a voz de Deus que ressoa nos vossos corações através do sopro do Espírito Santo.

Quando Deus disse a Abraão «Sai!», o que é que lhe queria dizer? Certamente, não para fugir dos seus, nem do mundo. O seu foi um convite forte, uma provocação, a fim de que deixasse tudo e partisse para uma nova terra. Qual é para nós hoje esta nova terra, a não ser uma sociedade mais justa e fraterna, à qual vós aspirais profundamente e que desejais construir até às periferias do mundo?

Mas hoje, infelizmente, o «Sai!» adquire também um significado diferente. O da corrupção, da injustiça e da guerra. Muitos entre vós estão submetidos à chantagem da violência e são forçados a fugir da sua terra natal. O seu clamor sobe até Deus, como aquele de Israel, escravo da opressão do Faraó (cf.Êx 2, 23).

Desejo recordar-vos também as palavras que certo dia Jesus dirigiu aos discípulos, que lhe perguntavam: «Rabi, onde moras?». Ele respondeu: «Vinde ver!» (cf.Jo 1, 38-39). Jesus dirige o Seu olhar também a vós, convidando-vos a caminhar com Ele. Caríssimos jovens, já encontrastes este olhar? Ouvistes esta voz? Sentistes este impulso a pôr-vos a caminho? Estou convicto de que, apesar de a confusão e o atordoamento darem a impressão de reinar no mundo, este apelo continua a ressoar no vosso espírito para o abrir à alegria completa. Isto será possível na medida em que, também com o acompanhamento de guias específicos, souberdes empreender um itinerário de discernimento para descobrir o projeto de Deus na vossa vida. Mesmo quando o vosso caminho estiver marcado pela precariedade e pela queda, Deus rico de misericórdia estende a Sua mão para vos levantar.

Na inauguração da última Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, perguntei-vos várias vezes: «As coisas podem mudar?». E juntos, vós gritastes um «Sim!» retumbante. Aquele brado nasce do vosso coração jovem, que não suporta a injustiça e não pode submeter-se à cultura do descartável, nem ceder à globalização da indiferença. Escutai aquele clamor que provém do vosso íntimo! Mesmo quando sentirdes, como o profeta Jeremias, a inexperiência da vossa juventude, Deus encoraja-vos a ir para onde Ele vos envia: «Não deves ter medo... porque Eu estarei contigo para te libertar» (cf.Jr 1, 8).

Um mundo melhor constrói-se também graças a vós, ao vosso desejo de mudança e à vossa generosidade. Não tenhais medo de ouvir o Espírito que vos sugere escolhas audazes, não hesiteis quando a consciência vos pedir que arrisqueis para seguir o Mestre. Também a Igreja deseja colocar-se à escuta da vossa voz, da vossa sensibilidade, da vossa fé. Até das vossas dúvidas e das vossas críticas. Fazei ouvir o vosso grito, deixai-o ressoar nas comunidades e fazei-o chegar aos pastores. S. Bento recomendava aos abades que, antes de cada decisão importante, consultassem também os jovens, porque «muitas vezes é exatamente ao mais jovem que o Senhor revela a melhor solução» (Regra de S. Bento III, 3).

Assim é, inclusivamente através do caminho deste Sínodo, eu e os meus irmãos Bispos queremos, ainda mais, «contribuir para a vossa alegria» (2 Cor 1, 24). Confio-vos a Maria de Nazaré, uma jovem como vós, à qual Deus dirigiu o seu olhar amoroso, a fim de que vos tome pela mão e vos guie para a alegria de uma resposta plena e generosa à chamada de Deus, com as palavras: «Eis-me aqui!» (cf.Lc 1, 38).

Com afeto paterno,

FRANCISCO

Vaticano, 13 de janeiro de 2017.