Juan Diego, Josemaría Escrivá e Padre Pio. Milagres reconhecidos

Juan Diego, Josemaría Escrivá de Balaguer e Pio da Pietrelcina (Pe. Pio) vão ser santos, oficialmente reconhecidos como tal, pela Igreja Católica

Os decretos que reconhecem milagres atribuídos à intercessão destes beatos foram aprovados por João Paulo II, dia 20 de Dezembro, estando assim cumprido o último passo para as suas canonizações. A apresentação dos resultados das investigações eclesiásticas foi feita pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

Referindo-se ao beato Escrivá de Balaguer, o Cardeal José Saraiva Martins reconheceu-o como “figura eminente da Igreja do século XX” que “promoveu com fervor incansável a santidade laical”. Sobre o beato Pio de Pietrelcina, recordou que “o seu corpo marcado pelos estigmas, mostrava a íntima conexão entre a morte e a ressurreição”. “Um humilde frade capuchinho que surpreendeu o mundo com a sua vida dedicada à oração e à escuta dos irmãos”, referiu.

O Cardeal Saraiva Martins lembrou depois o beato Juan Diego, “indígena mexicano do século XVI, esposo e pai de família”. Após o ano de 1531, em que lhe apareceu a Virgem de Guadalupe, “potenciou o seu caminho de fé, em idade adulta, o que o levou a deixar a sua casa para se dedicar à custódia da primitiva capela de Guadalupe”.

O milagre atribuído à intercessão do beato Pio da Pietrelcina é a cura de uma criança de 9 anos. Na noite de 20 de Junho, Matteo Pio Clella (filho de um médico que trabalha no hospital fundado pelo próprio Pe. Pio) deu entrada nos Cuidados Intensivos do hospital Casa de Alivio, com uma meningite fulminante. Na manhã do dia seguinte, 9 órgãos vitais do seu corpo tinham deixado de dar sinais de vida. Os médicos tinham perdido toda a esperança. Na noite desse dia, durante uma vigília de oração em que participaram alguns frades capuchinhos e a mãe do rapaz, Matteo melhorou repentinamente. Ao despertar do estado de coma, em que entretanto caíra, Matteo revelou que tinha visto um velho de barba branca, com longas vestes castanhas, que lhe disse: “Não te preocupes, vais-te curar rapidamente”.

Quanto ao milagre atribuído à intercessão de Josemaría Escrivá de Balaguer, trata-se da cura repentina de um médico espanhol, Manuel Nevado Rey, que sofria de Radiodermite crónica (uma doença comum em médicos que expuseram as suas mãos à acção das radiações de Raios X, durante um tempo prolongado). Em 1992, após pedir a sua cura a Deus, com a intercessão do fundador do Opus Dei, esta doença, sem cura conhecida, desapareceu.

O milagre atribuído à intercessão do Juan Diego ocorreu a 6 de Maio de 1990, no preciso momento em que João Paulo II proclamava o mexicano como beato. Juan José Barragán Silva, jovem na casa dos 20 anos de idade, num acesso de desespero e estando sob o efeito de marijuana (que usava fazia então 5 anos), esfaqueou-se à frente da sua mãe, tendo saltado, de seguida, pela janela.

O jovem foi levado para a unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Durango, na cidade do México. Tendo caído, de cabeça, de uma altura de 10 metros, pesando 70 quilos e com um ângulo de 70 graus, todos os médicos afirmaram que Juan José deveria ter morrido, com esta queda, ou pelo menos ficado seriamente incapacitado.

Três dias após a queda, o jovem foi completamente curado, sendo confirmado por vários exames que não tinha quaisquer danos físicos ou neurológicos. J.H. Hernández Illescas, internacionalmente considerado como um dos melhores especialistas no campo da neurologia, considerou o sucedido como “sem antecedentes, impressionante e inconcebível”.

Esperanza, a mãe do jovem que o agarrou pelas pernas antes de ele se conseguir soltar para a queda, contou que enquanto o seu filho caía, ela o entregou a Deus e à Virgem de Guadalupe, implorando: “Dá-me um prova... salva este meu filho! E Tu, minha Mãe, ouve Juan Diego”.

Juntamente com estes decretos, outros 11 foram igualmente aprovados pelo Papa nesta cerimónia.

Filipe R. Lucena // Agência Ecclesia (www.agenciaecclesia.org)