As feridas da família

O Papa nas catequeses precedentes tratou das condições de vulnerabilidade que põem à prova as famílias, como a pobreza, a doença e a morte. Hoje o Santo Padre refletiu sobre as feridas que se abrem no interior da convivência familiar.

Queridos irmãos e irmãs:

Na catequese de hoje refletimos sobre as feridas que se produzem na própria convivência familiar. Trata-se de palavras, ações e omissões que, em vez de exprimir amor, ferem os afetos mais queridos, provocando profundas divisões entre os seus membros, sobretudo entre o marido e a mulher.

NA FAMÍLIA TUDO ESTÁ ENTRELAÇADO. OS ESPOSOS SÃO “UMA SÓ CARNE", DE TAL MANEIRA QUE TODAS AS FERIDAS E ABANDONOS AFETAM A CARNE VIVA QUE SÃO OS SEUS FILHOS

Se estas feridas não se curam a tempo agravam-se e transformam-se em ressentimento e hostilidade, que recai sobre os filhos. Quando os adultos perdem a cabeça e cada um pensa em si próprio; quando os pais se magoam, a alma das crianças sofre e ficam marcadas profundamente. Na família tudo está entrelaçado. Os esposos são “uma só carne", de tal maneira que todas as feridas e abandonos afetam a carne viva que são os seus filhos. Assim se entendem as palavras de Jesus sobre a grave responsabilidade de guardar o vínculo conjugal, que dá origem à família.

SE ESTAS FERIDAS NÃO SE CURAM A TEMPO AGRAVAM-SE E TRANSFORMAM-SE EM RESENTIMENTO E HOSTILIDADE, QUE RECAI SOBRE OS FILHOS

Nalguns casos, a separação é inevitável, precisamente para proteger o cônjuge mais débil ou os filhos pequenos. Mas não faltam os casos em que os esposos, pela fé e a amor aos filhos, continuam a dar testemunho da sua fidelidade ao vínculo em que acreditaram.

Libreria Editricine Vaticana/RomeReports