“A vida de padre nem sempre é um mar de rosas”

O padre João Paulo Rizek, de São Paulo, recorda neste testemunho que o sacerdote diocesano é muitas vezes assaltado pelo desânimo, incompreensões, injustiças e cansaço... E por isso a formação que recebemos na Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz dá força para fazer com carinho aquilo que Deus espera de nós.

Eu já tinha tido algum contacto com o Opus Dei quando andava no colégio, mas não conhecia a existência da Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, nem o seu grande apoio e estímulo aos padres.

Ao longo do seminário tive a alegria de conhecer vários membros dessa Associação de clérigos e receber deles formação espiritual, encorajamento para o estudo, incentivo para crescer em santidade e virtudes. Alguns colegas e eu passámos a fazer uns encontros quinzenais com um ou mais padres da Sociedade. Nesses encontros podíamos usufruir de muito bons conselhos, um agradável e piedoso convívio e aqueles que quisessem podiam receber direção espiritual.

Assim que me ordenei de diácono, encaminhei o meu pedido de admissão e desde então tenho muito a agradecer ao Bom Deus pela oportunidade de usufruir do convívio com tão bons amigos e a ajuda de tão dedicados diretores espirituais. Isto levou-me a amar mais todos os padres da minha diocese e a promover a unidade de todos.

A vida de padre nem sempre é um mar de rosas. O sacerdote diocesano está na linha de frente da batalha pelo Reino dos Céus e, por estar tão exposto, é muitas vezes assaltado pelo desânimo, incompreensões, injustiças e cansaço. Se um padre está sozinho, muitas vezes pode sucumbir à tentação de rezar cada dia menos, simplificar o culto litúrgico ao limite do tolerável e abraçar as vaidades e recompensas mundanas como um modo de compensar o desgaste próprio do sacerdócio numa metrópole tão agressiva como São Paulo.

Muitas vezes é necessário ser recordado de coisas simples e sabidas, como a importância de não ser levado pelo ativismo, a unidade e obediência aos nossos hierarcas, a fraternidade sacerdotal vivida com todo o presbitério da diocese, a amizade com Deus, etc. A formação que recebemos não nos pede nada de extraordinário, somente nos dá força e amparo para fazer, com carinho e esmero, aquilo que Deus e o Seu povo esperam de nós, padres.

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz faz-me um grande bem. Quero deixar claro que não se trata de um grupo seleto de santos, somos um grupo de padres normais e sabemos que juntos podemos crescer mais

A Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz faz-me um grande bem. Espero com alegria os nossos encontros semanais às segundas-feiras; muitas vezes encontro o ombro amigo nas dificuldades e volto sempre fortalecido dos retiros espirituais. Ao escrever este breve testemunho, quero deixar claro que não se trata de um grupo seleto de santos, somos justamente um grupo de padres normais e sabemos que juntos podemos crescer mais.